domingo, 4 de dezembro de 2011

Sogyal Rinpoche



 Revista Vida Simples - Por que nos apegamos tanto à vida?

Sogyal Rinpoche - Porque a vemos de uma maneira distorcida. Essa visão é basicamente fruto de nossa ignorância, a má compreensão do que ela é na realidade é o resultado dessa falta de visão. Nós nos apegamos à vida porque não reconhecemos que a impermanência faz parte dela. Se acreditarmos que a existência e as coisas inerentes a ela são imortais, perenes e imutáveis, nos agarraremos à ilusão de que podemos prendê-las e deixá-las sob nosso controle. Mas se assumimos profundamente que tudo muda, e que a mudança é o que exatamente caracteriza a própria vida, não mais nos apegaremos a ela com tanta força.
 Compreendendo que tudo muda, compreendemos a vida como ela é, e nos damos conta da falta de sentido que é querer parar um fluxo inconstante e mutável.
 Se você soubesse que um banco está falido, você colocaria seu dinheiro lá? Apegar-se à vida é colocar dinheiro num banco falido e com os dias contados. Com o desprendimento, podemos desenvolver uma tranquilidade inabalável diante das transformações que se apresentam. Nossa autoconfiança se expande incrivelmente, e não temos mais medo das mudanças.
 Num coração assim sereno, florescem naturalmente o amor e a compaixão por todos os seres.

Retirado da matéria "O mestre que ensina a viver e morrer - Refletir e aceitar a morte é a melhor maneira de aproveitar a vida."
Entrevista com o mestre budista Sogyal Rinpoche, em entrevista concedida no final de 2010 no centro de budismo tibetano Chagdud Gonpa Odsal Ling.
Revista Vida Simples, novembro 2011
Edição111, pág.60, 61.
Texto: Liane Alves


 Quando meu coração se aquietou, quando eu aprendi que tudo muda, e que devo aceitar as mudanças com naturalidade e serenidade, sabendo que se aconteceu é porque tinha que acontecer, e que TUDO, mas tudo que acontece na nossa vida tem um motivo maior do que imagina nossa vã filosofia, a vida ficou mais leve, e muito mais fácil de viver.

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